Missionários americanos estão evangelizando crianças na África com o objetivo de levantá-las como uma geração de líderes que irão mudar a realidade espiritual do continente.
Kathy Shafto, missionária do Conselho de Missões Internacionais (IMB), afirma que “as crianças não são a igreja do amanhã, elas são a igreja de hoje”.
Kathy e seu marido, Jay, passaram décadas ministrando o Evangelho na África. O continente abriga a população infantil mais jovem do mundo. Segundo a UNICEF, até 2050, 40% das crianças do planeta estarão na África.
“Faz todo o sentido que as crianças africanas sejam a igreja de hoje e os missionários do futuro”, disse Kathy ao IMB.
“Os líderes das igrejas africanas se comprometeram a enviar missionários africanos aos confins da Terra. Este também é um dos nossos objetivos como missionários da IMB na África. Se quisermos fazer isso, precisamos discipular bem as crianças”, acrescentou.
Na República Democrática do Congo, Kathy e uma equipe de seis líderes infantis de Kinshasa desenvolveram um currículo para treinar e discipular crianças entre 3 e 18 anos, preparando-as para a Grande Comissão.
No programa, fundamentado em 15 anos de aprendizado bíblico, os alunos aprendem tudo o que Deus tem feito na história e aplicam isso em suas próprias vidas. As crianças também aprendem sobre oração, evangelismo e serviço a Deus e à sociedade. As histórias são ensinadas oralmente.
“Aprender oralmente não significa memorizar. As crianças aprendem as histórias e as recontam com suas próprias palavras, muitas vezes ao longo da aula. Queremos que as crianças cresçam em graça e conhecimento e façam parte da igreja local”, explicou Kathy.
A metodologia utiliza perguntas que estimulam as crianças a aprender e recontar a história. Depois, elas se conectam emocionalmente por meio de reflexões ou encenações e, por fim, aplicam o ensinamento na prática.
‘Os missionários de amanhã’
Em bairros sem igrejas evangélicas, como o local onde atua a líder Mama Therro, o programa acontece em diferentes pontos da comunidade.
Abner, de 12 anos, é um exemplo de muitas crianças que foram alcançadas por meio da missão. Ele chegou a abandonar o clube bíblico para jogar futebol, mas voltou ao programa após reconhecer que precisava aprender a Palavra de Deus para poder compartilhá-la, mesmo que isso significasse perder o futebol.
“Ele entendeu a importância de compartilhar o Evangelho agora e não esperar até ficar mais velho. Crianças como Abner são de vital importância para a igreja”, disse Kathy.
A missionária destacou que, quando criança, uma menina de 10 anos lhe contou sobre Jesus. Por isso, hoje ela trabalha para capacitar os pequeninos a evangelizarem.
“Quando se tornam crianças da Grande Comissão, sua visão de mundo se desenvolve e elas se tornarão os missionários de amanhã”, concluiu Kathy.